A trajetória de uma contadora de histórias.
Escrever livros é uma fascinação que me acompanha desde a escola primária. Agatha Christie abriu para mim a porteira da literatura policial com as histórias de Morte no Nilo e O Assassinato No Expresso Oriente. Eu flertava com a poesia e o romance, histórias e mistérios, sempre com um sonho teimoso: tornar-me escritora.
Escrever sempre foi natural, a mais perfeita forma de me comunicar. Com o tempo, transformou-se em um ato necessário. Entrei na Universidade de Engenharia Civil apenas para descobrir que minha paixão estava na Comunicação. Abandonei o curso no segundo ano e fiz novo vestibular. Terminei a Faculdade de Jornalismo na Universidade Federal do Paraná e, ainda no segundo ano, comecei a trabalhar na Coluna Social do Jornal O Estado do Paraná. Notícias sobre eventos sociais se misturavam com fofocas políticas e o universo cultural.
Logo fui convidada a trabalhar no jornal Correio de Notícias. Alguns meses se passaram na redação geral, até que ganhei minha coluna própria. Um espaço onde eu, uma menina recém-saída da Universidade, podia publicar os textos e as fotos que bem-quisesse. Foi um tempo divertido que me deu o prazer da liberdade de escrever e fotografar para uma publicação que alcançava milhares de pessoas.
Quando esse tempo se esgotou, embarquei no desafio da mudança. Assumi a redação das publicações internas do Banco Bamerindus, na Agência Umuarama. Ali o time orbitava ao redor de grandes ideias e muitos prêmios foram conquistados. O próximo passo foi a Singular Agência de Notícias, especializada em Assessoria de Imprensa.
O período no jornalismo foi um treinamento de pesquisa e de busca por formas de descrição de cenários e cenas. Criou uma necessidade de incluir fatos relevantes na trama, criando conflitos e soluções que pudessem se encaixar nesse cenário “jornalístico”, levando o leitor a se colocar como participante da história.
A chegada de filhos e novas prioridades e malabarismos para equilibrar as horas disponíveis num dia me afastaram do dia a dia do jornalismo e me levaram para a escrita. Horas e dias de permanência em casa entre fraldas e mamadeiras me levaram a produzir o meu primeiro manuscrito, “Inverno no Vale”. Em 2011 lancei meu segundo livro, “A Reportagem”. Em 2016, a Editora Chiado relançou uma segunda versão do livro em Portugal, na cidade de Lisboa.
De lá para cá, também experimentei o empreendedorismo com alguns fracassos e sucessos. Passei pelo posto de dona de restaurante (um fracasso total) e enveredei pelo mercado imobiliário, onde atuo até hoje. Encarei o trabalho no terceiro setor sempre com profissionalismo. Parte do meu tempo é direcionado para a arrecadação de recursos para o apoio ao Serviço de Transplante de Medula Óssea e a casa Malice que abriga pacientes e seus familiares.
Hoje sou empresária e escritora, mãe e voluntária no Instituto TMO (suporte ao Transplante de Medula Óssea), cada uma no seu momento. Costumo destinar para a escrita os dias mais tranquilos, longe da cidade, geralmente os finais de semana na praia. Durante a semana, reservo uma ou duas tardes para me isolar no quarto e mergulhar no universo literário.
Entre os personagens que crio e os cenários que exploro, encontro a oportunidade de capturar o extraordinário nas complexidades do cotidiano.”
Escritora de romances policiais que conectam realidade e ficção.